#Oscarnaval2023: NADA DE NOVO NO FRONT

Carnaval já passou? Então chegou o momento. Sim, ele voltou, aquele que é o mais amado por vocês e mais temido por nós: a temporada de Oscar e o anual retorno do Rascunhos da Meia-Noite! Pegue sua pipoquinha e vamos aproveitar mais uma Maratona Oscarnaval!

Quem realmente ganha a guerra
O que é a temporada de premiações sem um filme de guerra para cumprir a cota, não é mesmo? Mas até que faz sentido, porque ao fim de uma longa maratona de filmes, nos sentimos como se estivéssemos voltando de uma batalha mesmo. Talvez, o que achem que não tem Nada de Novo no Front na verdade tenha sim algo realmente novo para o gênero.

Baseado no livro dos anos 1929 de mesmo nome - que já recebeu outras duas adaptações cinematográficas, uma delas de 1930 sendo muito elogiada -, agora ganha uma versão alemã mostrando os horrores da Primeira Guerra Mundial pelo ponto de vista do jovem Paul e seus colegas de batalha. O que começa sendo uma grande felicidade em poder representar e defender seu país, tudo se torna cinzas e horrores num piscar de olhos.


Tudo aqui começa claro e limpo. Afinal, estamos falando de jovens que se alistam para defender a Alemanha em uma guerra que, até então, sem precedentes de uma tão brutal. Mas não demora muito para mudarmos de cenário e irmos direto aos campos de batalha, onde todos os tons quentes são apenas de bombas e fogo. E tudo visto por jovens que só achavam que estavam fazendo boas escolhas para sua vida e esperavam que aquilo fosse só mais um capítulo de suas vidas.

Já falei outras vezes aqui que eu adoro filmes de guerra. Principalmente porque nunca fui o melhor aluno em História na escola, então esses filmes me ajudam a entender melhor algumas coisas que são importante sabermos, como todos esses conflitos geopolíticos. Mas, o que sempre me toca é ver que, independente de tudo o que aconteça entre os líderes de grandes nações, quem sempre sai perdendo é o povo, seja de qual for o lado. Esse longa nos leva exatamente para o olhar amedrontador do povo para uma verdadeira carnificina.


Nós vamos vendo todos esses jovens tão cheios de vida e grandes propósito... simplesmente morrendo por dentro. Isso é o que uma guerra faz com as pessoas, ou morre integralmente ou morre mentalmente. Os únicos sobreviventes são claramente zumbis que estão ali apenas para cumprir ordens, não sobra tempo nem para deixar alguma lágrima cair no rosto. Enquanto isso, aqueles de mais alto poder estão em suas mansões negociando alianças jantando com seus talheres dourados - inclusive, o meu maior ponto negativo do filme, essas cenas eram um corte muito abrupto de tudo que a gente via.

Das premiações que já cobrimos, já vimos guerras sendo retratadas de várias formas, seja por um médico esperançoso, vários pontos de vista de soldados, o olhar ingênuo de uma criança e até de um mensageiro ansioso. Agora, temos um retrato traumático de um país que sempre teve tudo a perder. Lembra quando falei sobre Top Gun: Maverick que o maior objetivo de uma missão, na verdade, é se manter vivo independente do oponente? Pois é, na vida real, não existe vencedores e o objetivo nunca é alcançado. Todos perdem em uma guerra.


"Nada de Novo no Front" no Oscar

Pensaram que a Netflix não ia dar o seu jeitinho de aparecer nessa temporada? Pois o filme alemão da Tudum veio com tiro, porrada e bomba (e lágrimas) com muitas indicações! Sendo melhor filme, melhor fotografia, melhor cabelo e maquiagem, melhor design de produção, melhor trilha sonora, melhor som, melhor efeitos visuais e melhor roteiro adaptado. A Academia adora premiar filmes de guerra nas categorias técnicas, principalmente para fotografia, então não se sinta mal em marcar esta no seu bolão. Além dessa, acho que tem enormes chances em levar pelo seu roteiro, ainda mais por ser uma terceira adaptação de uma obra que é importante para a história e que volta a ganhar muita notoriedade.

That's a wrap, folks. And the Oscar goes to...

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